"APARECIDA"

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Passava Maria pela rua; e eu à janela
ficava a observá-la...a alma por inteira
tomada pelo seu esplendor (de tão que era bela)!...
Passava sempre à hora costumeira...

Deixava o ar de sua graça, ao seu rastro;
enquanto que de melhor vê-la era a minha busca!...
Não tem brilho maior o grande astro;
sua formosura...ao próprio “astro-rei”, ofusca!...

Que mistérios haverá e tão estranhos
naquela criatura de rara formosura e sem par?...
Brilho maior do que o brilho dos seus castanhos
olhos; não tem a lua!...Meu Deus...que lindo olhar!...

O riso...(Deus do céu!...) A boca; todo o ser seu;
a sua voz...que suavidade!...Tão cativante
é a doce Maria, que tenho a certeza, eu
jamais verei outra criatura que mais me encante!...

Um dia eu vi...(Deus do céu!...) Que atrevimento
(meu Deus, perdoe do pensamento a maldade);
quando de leve levantou o seu vestido, o vento...
Certeza tenho: não há no mundo mais bela intimidade!...

Passava Maria pela rua, encantando o mundo meu;
se fazendo (Deus do céu!...) parte da minha vida!...
A criatura mais formosa que no mundo apareceu;
à toa não é que chamam-na “APARECIDA”!...

(GERALDO COELHO ZACARIAS)