Então o amor chegou e que doçura!...
Enchendo o coração e por inteiro!...
E à infante e tão pequena criatura;
chegou um amor tão puro, o amor primeiro!...
Criança, o que tenho a te dizer, guarda;
são meus anseios, ao coração recolhe-os...
Chegaste sem que estivesse eu à guarda,
e entraste pelas retinas dos meus olhos!...
Me diz que sim, e eu mais que ansioso
irei e irei como ao doce uma criança vai...
Pedir, irei tua mão, pra ser teu esposo;
me diz que sim e correndo vou ao teu pai!...
Dormir juntinhos, teremos o direito;
e de fazer aquelas coisas que entre gemidos e ais;
ao apagar das luzes, no leito
entre sussurros fazem nossos pais!...
Grandes anseios tenho eu, e não reprimidos;
vontade que mais e mais o meu coração tumultua...
Antes que teu pai diga sim; vem e escondidos;
me deixa enfim beijar a boca tua!...
E assim, escondidos (criança) o teu temor
de que flagrados sejamos pelo teu pai, repele...
Pois é isto que nos faz sentir, o amor:
desejo do contato pele à pele!...
Me diz que sim, e eu mais que ansioso
irei e irei como ao doce uma criança vai...
Não temas, pois motivos pra ficar conosco furioso
do que escondidos fizemos, não tem teu pai!...
(GERALDO COELHO ZACARIAS)
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